O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que aparentemente a leitura do mercado é de que o efeito das tarifas - ainda que não se saiba quais serão as tarifas finais - seria de maior inflação neste momento, e não necessariamente de maneira perene.
A análise, feita no evento J. Safra Macro Day 2025, em São Paulo, nesta segunda-feira, 28/4, observa que as expectativas de inflação em 2025 estão um pouco mais elevadas com o impacto das tarifas, mas destaca que para 2026, 2027 e períodos mais longos, a expectativa de inflação permanece sem grandes alterações e "devidamente ancorada".
Desta maneira, o presidente do BC considera que o peso do cenário em que as tarifas deslocariam a curva de oferta perdeu peso. "Hoje, expectativas lá fora indicam impacto mais temporário das tarifas", afirma.
Para Galípolo, o efeito mais perene da política tarifária é "justamente um sentimento de quebra de confiança ou de elevação da incerteza, que parece sugerir pensamentos e buscas de alternativas de proteção que até pouco tempo atrás fariam pouco sentido, inclusive para aliados e parceiros históricos por parte dos Estados Unidos".
Neste contexto, Galípolo entende que tende a ser mais perene a situação em que aliados históricos dos EUA buscarão ativos mais líquidos para usar como defesa, num cenário de aversão a risco com eventual escalada tarifária.
Ele diz ainda que é "curioso" assistir a uma preocupação de agentes que estão no mercado norte-americano com a volatilidade dos yields dos Treasuries, e com o comportamento do câmbio. O presidente do BC ressalta, contudo, que o mercado ainda precisa entender dois pontos. O primeiro, se os impactos contratados da incerteza gerada por conta das tarifas provocam alguma desaceleração econômica. O segundo, entender o impacto das tarifas e os resultados nas economias.
A fala de Galípolo no J. Safra Macro Day 2025 provavelmente foi a penúltima menção pública do presidente do BC a quaisquer assuntos de conjuntura econômica antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 6 e 7 de maio. O período de silêncio do colegiado começa na próxima quarta-feira, 30. Antes, Galípolo ainda deve participar da entrevista coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) na terça-feira, 29.
Commodities
O presidente do Banco Central também afirmou que o Brasil tem vantagens no cenário internacional atual, tanto por poder ganhar espaço via exportação de commodities quanto por ter uma economia doméstica com resiliência e dinamismo maior.
Ele mencionou que o país conta com segurança alimentar e energética, volumes robustos de reservas internacionais e uma exposição menor de hedge em dólar.
Em contrapartida, atualmente a trajetória da dívida pelo Produto Interno Bruto (PIB) de vários países é desconfortável, segundo o presidente do BC. Além disso, Galípolo mencionou que os países que têm buffer tentam aumentar gastos para fazer um fiscal anticíclico.
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